Após 23 dias induzido em coma, entre os apitares das máquinas, preparava-se tudo para me acordar.
À minha mãe, que se encontrava presente através de uma janela com um intercomunicador na mão, diziam: “Agora tem que ser forte! Ao acordar ele poderá estar a reviver o dia do acidente.”
Acordei desorientado e agitado como se estivesse no meio das chamas. Os presentes no quarto seguravam-me.
A pedido de uma Doutora, a minha mãe começava a tentar acalmar-me com as suas palavras.
Parecia surtirem efeito.
Mais calmo, murmurei…
Ninguém percebera. Pediram-me que repetisse.
Após um respirar profundo, exclamei:
Desculpa ter estragado o carro!