Este episódio remonta ao ano 2009, ano este que seria o ano de transformação.
Após uma larga temporada difícil de Abril até Dezembro com trocas hospitalares, que até à ocasião já era a terceira, avizinhava-se uma época de amor e paz, muitas vezes apenas resumida a uma ´época de troca de presentes.
Toda a esta situação levava-me a crer que esta seria a minha primeira época natalícia longe da minha família. Por mais que me dissessem que não me iam deixar passar sozinho, eu próprio já me conformava para o pior.
Mas as melhores notícias chegavam, ia ter a possibilidade de passar o Natal e Passagem de Ano a casa.
Nos dias de hoje não me consigo recordar de nenhum dos presentes desse ano, a não ser o facto de estar em casa. Apesar de fazer todas as refeições longe da mesa e de toda a famílias, o facto de estar em casa era o melhor presente que poderia ter até então.
Abriu-se a possibilidade de visitas, até de quem até ainda não o tinha feito.
Um dos momentos mais engraçados foi as palavras tão usualmente proferidas por todos nesta altura do ano:
Desejo-te umas boas festas e que entres com o pé direito.
Ora, eu que haveria sofrido de uma amputação transtibial da perna esquerda, prontamente respondi:
Amigo, se não entrar de pé direito, só se for de gatinhas.
Em grande parte da minha vida, não descorei da parte cómica, e neste momento, mesmo que sem refletir sobre as possíveis consequências que poderia provocar nos outros, sai uma das frases mais espontâneas e engraçadas nesse ano,
Espero que a entrada neste Novo Ano se faça sentir com o vosso pé direito. A quem tiver amputação do mesmo, que entre de pé esquerdo, mas repleto de ATITUDE!