A amputação fez-me “andar” de cadeira de rodas.
A vista desde daqui não é de todo a mais agradável. Os olhares expressivos de tantas palavras vindos de cima na minha direção.
Faziam-me sentir uma criança, sem poder de voz. Indefeso.
Mas esses dias estavam prestes a terminar. Chegava a tão aguardada prótese que me iria ajudar a reerguer. A Geninha. Olhar de frente o que até ali, por vezes, me atormentava.
Como será caminhar novamente?!
Quase 2 anos depois de ter sofrido o acidente, iria ter novamente o prazer de caminhar. A ansiedade era enorme e o nervosismo não era menor.
Esse dia chegou.
Ao coloca-la julgava eu que seria mais doloroso, já que via bem as expressões diárias de quem me rodeava no ginásio da fisioterapia.
Talvez a adrenalina fazia ocultar outras sensações.
Era aqui que eu começava a sonhar mais alto.
Daqui em diante só eu me irei parar!