Iniciei no mundo da representação com os meus 11 anos na escola onde realizamos uma curta-metragem titulada de “O Carlitos vai à Feira”. Esta peça era baseada em Charlie Chaplin. Imagem a preto e branco e filme mudo. Eu fui o escolhido para ator principal. Foi uma experiência bastante boa, para além do filme fizemos algumas peças de teatro, representando a curta-metragem já realizada.

Recordo-me que numa das filmagens tinha que expressar a felicidade do personagem. Naquele momento, cansado com já algumas filmagens feitas, não estava a conseguir expressar da melhor maneira a felicidade, sentia-me já um pouco aborrecido. E na expressão era visível. Repetimos a cena algumas vezes, até que o professor e realizador do filme chegou-se ao pé de mim e perguntou-me:

 “O que te faz feliz? Pensa nisso e imagina que vais neste momento encontrar-te com essa felicidade…” 

Era aí que começava a perceber que os nossos pensamentos podem mudar o nosso estado. Fiz aquela cena com uma felicidade estampada no rosto e mesmo repetindo duas e três vezes só para garantir que a cena ficaria bem.  Depois desta cena passou-se mais uma hora, mas a felicidade estava de tal maneira enraizada que já nada me parecia levar novamente ao estado de aborrecimento. E tudo apenas com um pensamento.

 

Se temos a capacidade de pensar e imaginar que vivamos uma realidade que nos satisfaz!